domingo, 23 de novembro de 2008

Niterói comemora 435 anos de fundação


Olá perdidos!

No último dia 22, Niterói completou 435 anos de existência. Se você é tão perdido a ponto de saber nada do lugar onde mora, aí vai um texto contando um pouco da história da terra de Araribóia.

Em 1555, Villegaignon dominou a Baía de Guanabara e instituiu a França Antártica. A região era evitada pelos portugueses por causa da resistência dos nativos locais, mas Villegaignon convenceu a Corte Francesa das vantagens de conquistá-la para obter o controle do comércio com as Índias.

A região desenvolveu-se sob o comando de Villegaignon, que idealizou a Henriville, em homenagem ao rei da França. Passado algum tempo, os calvinistas, que vieram da França a pedido do rei para amenizar os conflitos, regressaram a França e acusaram Villegaignon de preconceito e má administração. O navegador francês teve de voltar a França para explicar-se.

Na ausência do governador francês, o governador geral Mem de Sá invadiu a Guanabara e tomou posse da região, em 1560. Estácio de Sá, sobrinho de Mem de Sá, que continuara com o comando da guerra, recorreu à ajuda do cacique de uma tribo tupi, Araribóia (em Guarani, cobra feroz). Ele aceitou o pedido do governador para ajudar os portugueses a expulsarem os franceses, na esperança de reconquistar a ilha de Paranapuã, de onde havia sido expulso pelos franceses, e teve que se refugiar na capitania do Espírito Santo.

Com o fim da guerra, em 1567, Araribóia recebeu o nome cristão de Martim Afonso. Mas Estácio de Sá resolveu ocupar a ilha de Paranapuã, tornando-a a Ilha do Governador. Para manter a segurança na Baía de Guanabara, Estácio de Sá insistiu que Araribóia não voltasse para Espírito Santo e o deixou escolher uma das regiões da Guanabara para morar. O cacique apontou para o outro lado da Baía e disse que queria aquela região de águas escondidas, que em tupi-guarani é Niterói.

No início, as atividades navais foram responsáveis pelo progresso da aldeia, que se desenvolveu e ganhou importância até tornar-se Vila Real da Praia Grande, em 1819, quando foi reconhecida pelo Reino de Portugal, como capital no Rio de Janeiro. A condição de capital trouxe uma série de desenvolvimentos urbanos, como a barca a vapor, iluminação pública a óleo de baleia, abastecimento de água e novos meios de transporte, para ligar a cidade ao interior do estado.

Nove anos depois, o imperador Dom Pedro I concedeu à cidade o título de Imperial Cidade. A nomeação era dada nas cidades mais importantes, conferindo-lhes certa autonomia e poder regional.

Por volta de 1885, foram fundados alguns sistemas de bonde, o que possibilitou a expansão da cidade para o litoral, como Icaraí e os extremos, como Ponta d’Areia e Itaipu. A revolta da armada em 1893 prejudicou as atividades produtivas e forçou a transferência da sede da capital para Petrópolis, junto à fragmentação de pequena parte de seu território.

Em 1903, Niterói voltou a ser a capital do estado fluminense. Isso ocasionou uma nova onda de modernização na cidade como construção de praças, deques, parques, estação hidroviária e rede de esgotos, além de alargamentos das ruas e avenidas principais.

O maior marco para o crescimento econômico da cidade viria em plena ditadura, quando foi inaugurada a Ponte Presidente Costa e Silva, conhecida como Ponte Rio - Niterói, em 1974. Foi o sinal para o redirecionamento de investimentos públicos, da especulação imobiliária, da infra-estrutura e ocupação de bairros da Região Oceânica. Com a fusão dos estados da Guanabara com o estado do Rio de Janeiro, datado de 1975, Niterói deixou de ser a capital, transferindo o título para o Rio de Janeiro.

Hoje, a cidade apresenta índices de desenvolvimento que a tornam a de terceiro melhor IDH do Brasil, a segunda de maior importância do Rio de Janeiro e a segunda com mais obras do arquiteto Oscar Niemeyer, como o Museu de Arte Contemporânea (MAC), inaugurado em 1996.



Por Luiza Ribeiro

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